Em
271 o imperador Aureliano ordenou aos soldados e cidadãos romanos que
abandonassem aos Godos a vasta província da Dácia e suas minas de ouro: a
defesa daquelas terras já tinha custado muito sangue.
Como não existiam mais províncias a conquistar e explorar, todas as tenções
voltaram-se para o cidadão comum. Sobre eles abateram-se taxas, corvéias (=
manutenção de aquedutos, canais, esgotos, estradas, edifícios públicos…) sempre
mais onerosos. Já não se sabia, literalmente, se o trabalho realizado era para
sobreviver ou para pagar as taxas.
Em 284, depois de uma brilhante carreira militar, Diocleciano, de origem
dálmata, foi aclamado imperador. Desde então as taxas seriam pagas per capita e
per jugero, ou seja, um tanto por cada pessoa e por cada pedaço de terra
cultivável.
A coleta das taxas foi confiada a uma atilada e imensa burocracia, que tornava
impossível fugir ao fisco, punia de modo desumano quem conseguia fazê-lo e
custava muitíssimo ao estado.
As taxas eram tão pesadas que tiravam a vontade de trabalhar. A solução foi
proibir que se abandonasse o lugar de trabalho, o pedaço de terra que se
cultivava, a oficina, o uniforme militar.
«Teve início, dessa forma - escreve F. Oertel, professor de história antiga na
Universidade de Bonn - a feroz tentativa do Estado de espremer a população até
à última gota… Sob Diocleciano é realizado um socialismo integral de estado:
terrorismo de funcionários, fortíssima limitação da ação individual, progressiva
interferência estatal, pesadas taxações».
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